O agro sem água’: a sina do produtor rural do semiárido mineiro
O histórico baixo índice pluviométrico é irreversível e desafia produtores do Norte e Noroeste de Minas, que lutam contra os altos custos e as exigências para instalar sistemas de irrigação.
“Todo sertanejo é, antes de tudo, um forte”, eternizou Euclides da Cunha no antológico romance “Os Sertões”, de 1902. Mas, imagine se você fosse um pequeno produtor rural no semiárido mineiro onde, historicamente, chove cerca de 800 milímetros por ano, metade do esperado para a Grande BH, por exemplo. Em consequência disso, as lavouras não se desenvolvem bem sem irrigação. Quem quiser trabalhar com a terra precisa investir no equipamento e arcar com toda a infraestrutura. Isso, claro, se conseguir aprovação do projeto pelos órgãos ambientais. Talvez seja necessário contratar uma consultoria especializada e esperar meses pela resposta.
Com o alto valor das taxas e custas dos processos de outorga, a maior parte dos pequenos produtores não corresponde à ‘fortaleza’ que lhe foi atribuída pelo famoso escritor: desiste no meio do caminho, alerta o engenheiro florestal Juvenal Mendes Oliveira, ex-assessor do Instituto Estadual de Florestas (IEF): “Ele precisa conseguir um empréstimo no banco, mas tem receio de fazer dívida ou, simplesmente, não acredita que o investimento lhe trará resultados que compensem”.
Fonte: Itatiaia Agro
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