Fruticultura do Norte de Minas apresenta demandas e desafios ao governo do Estado
Entre as principais, está a conclusão do projeto de tubulação do sistema de distribuição de água da Lagoa Grande e Gorutuba; produtores requerem atuação de Minas junto à União para esta ação.
A fruticultura do Norte de Minas Gerais é uma das mais tecnificadas do País e importante fonte de riquezas na região. Mesmo bastante desenvolvida, o setor enfrenta desafios que, se solucionados, podem ampliar ainda mais a pujança da região. Assim, a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), em reunião com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), apresentou as principais demandas e a expectativa é avançar para solucionar os gargalos.
Conforme a presidente da Abanorte, Nilde Antunes, a reunião realizada com o subsecretário de Liberdade Econômica e Empreendedorismo de Minas Gerais, Tenente Melo, e o superintendente de Micro e Pequenas Empresas da Sede, Marco Antônio Mendonça Gaspar, foi importante para que o governo conheça os “gargalos” e ajude a encontrar soluções. Os representantes do governo reiteraram a disposição do governo do Estado em colaborar com as demandas apresentadas.
“As demandas da fruticultura do Norte de Minas são muita. Apresentamos as principais e esperamos avançar na busca por soluções. Nossas reivindicações são cruciais para o fortalecimento da fruticultura nortineira, um setor que desempenha um papel fundamental na economia local. As expectativas são positivas. O Norte de Minas nunca foi tão bem assistido como no governo atual e hoje, nós conseguimos dialogar com o governo do Estado”.
Entre as demandas apresentadas pela Abanorte, que congrega 2.500 fruticultores, uma das principais é o pleito para o governo do Estado atuar junto ao governo federal pela conclusão do projeto de tubulação do sistema de distribuição de água dos Projetos Lagoa Grande e Gorutuba. Conforme Nilde Antunes, o investimento é fundamental para otimizar o uso da água e ampliar a capacidade produtiva da Barragem Bico da Pedra.
“A questão da tubulação é um dos maiores desafios. No sistema atual, há uma perda de 45% a 50% da água que, ao sair da barragem, passa por canais abertos. Com o uso da tubulação, esse desperdício cairia para 5%. Assim, teremos ganhos importantes na redução da perda de água, que vai impactar positivamente na produtividade, qualidade e na expansão da produção de frutas”, exemplica.
Ainda conforme a presidente, ainda que os serviços da Cemig tenham avançado na região, há necessidade de expansão da infraestrutura na distribuição da energia. Outra demanda importante é no apoio ao reposicionamento da fruticultura norte-mineira por meio da marca 100% Nortineira.
“Nós pedimos apoio para acesso ao mercado com frutas seladas 100% nortineira, o que é essencial para fortalecer a marca. A região do Jaíba tem o selo de Identificação Geográfica (IG), que é mais focado no mercado externo, onde há um maior reconhecimento do diferencial. Queremos fazer isso no mercado interno para promover o desenvolvimento territorial. Pedimos apoio pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) para levar a marca para as redes de distribuição e de consumo”, confirma ela.
Também foram discutidas a necessidade de investimentos em tecnologia para reservação e reúso de águas pluviais. Além do incentivo à criação de cooperativas de comercialização de frutas e agroindústrias para agregar valor à produção.
“Pedimos ajuda para formar cooperativas de pequenos produtores, assim, passariam a operar a produção própria, fazendo a venda direta. As cooperativas também são importantes para as compras coletivas, que têm custos mais acessíveis”, explica a presidente da Abanorte.
Outra demanda foi o pedido de apoio ao Projeto de Lei 658/21, que regulamenta a produção de bioinsumos e seus derivados no Brasil. A aprovação do PL trará segurança jurídica para que os produtores possam promover práticas sustentáveis.
A região Norte de Minas é o mais importante polo da fruticultura do Estado. Por semana, saem da região cerca de 700 caminhões de frutas de mesa, com volume total de 8,4 mil toneladas. Os principais mercados atendidos são Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Entre as principais frutas estão banana, manga, limão, uva, mamão e pokan. Há ainda investimentos em frutas diversas, ainda que em menor escala, como o cacau.
Fonte: Diário do Comércio
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